Crimes Contra a Fé Pública: Moeda Falsa
1- VUNESP 2016 CÂM. DE MARÍLIA-SP PROCURADOR
Aquele que guarda instrumento especialmente destinado à falsificação de
moeda
a) comete crime equiparado ao crime de falsificação de moeda (CP,
art. 289), mas receberá pena reduzida.
b) comete crime equiparado ao crime de falsificação de moeda (CP,
art. 289), com idêntica pena.
c) comete crime assimilado ao crime de falsificação de moeda (CP,
art. 290).
d) comete o crime de petrechos para falsificação de moeda (CP,
art. 291).
e) não comete crime algum, por se tratar de ato preparatório.
Comentário
Petrechos de falsificação
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto
especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no
artigo anterior:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
É de se observar que o artigo fala em objeto especialmente destinado
à falsificação, o que significa dizer que se o objeto tiver eficiência em ser
de alguma forma utilizado para a falsificação, mas não é especialmente
destinado à tal fim, a sua fabricação, aquisição, fornecimento e guarda não
constituirão crime.
2- VUNESP 2016 PREF. DE SERTÃOZINHO-SP PROCURADOR
Acerca dos crimes contra a fé pública, assinale a alternativa correta.
a) Aquele que falsifica, fabricando ou alterando, selo
destinado a controle tributário responde pelo crime de falsificação de selo ou
sinal público, previsto no art. 296 do Código Penal.
b) A falsificação, no todo ou em parte, de atestado, para
prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público
configura o crime de falsificação de documento público, previsto no art. 297 do
Código Penal.
c) O princípio da insignificância, causa supralegal de
exclusão da tipicidade, não se aplica ao crime de moeda falsa.
d) O crime de uso de documento falso é material, ou seja,
para a consumação exige-se a obtenção de proveito.
e) O crime de falsidade de atestado médico envolve também
como conduta típica a opinião emitida pelo profissional, ainda que equivocada.
Comentário
a) falso. Comete o 'crime de falsificação de papéis públicos'.
Falsificação de papéis públicos
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel
de emissão legal destinado à arrecadação de tributo;
b) falso. Comete o crime de 'Falsidade material de atestado ou certidão',
tipificado no § 1º do art. 301. A diferença entre o crime do caput de
tal artigo e o seu § 1º é que naquele o delito é cometido em razão da função
pública, enquanto este pode ser praticado por qualquer pessoa.
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função
pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar
o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou
circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de
serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
c) correto. STJ: 1. O delito de moeda falsa não se
compatibiliza com a aplicação do princípio da insignificância, segundo
iterativa jurisprudência desta Corte, uma vez que o bem jurídico tutelado pelo
artigo 289 do Código Penal é a fé pública, insuscetível de ser mensurada pelo
valor e pela quantidade de cédulas falsas apreendidas. 2. Agravo regimental a
que se nega provimento (AgRg no REsp 1227113 MG 2010/0218193-2.
11.06.2013. Ministro OG FERNANDES).
d) falso. O crime de uso de documento falso é formal, ou seja, está
consumado independente da obtenção de algum proveito. Sendo delito
unissubsistente, que se perfaz com um único ato, não admite a tentativa.
Uso de documento falso
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a
que se referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
e) falso. A opinião equivocada do profissional não é suficiente para
configuração do delito, pois, além de não admitir modalidade culposa, necessita
o médico atestar um fato ou um juízo com a consciência que o faz
falsamente.
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se
também multa.
3- VUNESP 2015 SAEG ADVOGADO
Suponha que Felisberto, 25 anos, estudante de direito, pague uma compra
no valor de R$ 150,00 com duas cédulas falsas de R$ 100,00, das quais conhece a
falsidade, e que, dois dias após o pagamento, se arrependa, procure o dono do
estabelecimento comercial e pague com moeda verdadeira. Nesse caso hipotético,
pode-se afirmar que Felisberto poderá responder criminalmente por
a) moeda falsa.
b) moeda falsa com redução de pena em razão da desistência
voluntária.
c) moeda falsa na modalidade tentada.
d) moeda falsa, mas fará jus à redução de pena, referente ao
arrependimento posterior.
e) moeda falsa, mas fará jus à redução de pena referente ao
arrependimento eficaz.
Comentário
O arrependimento eficaz e a desistência voluntária não se aplicam à
situação narrada, pois, para tais institutos, o agente necessita estar na
dinâmica do inter criminis, o que não se deu de acordo com narração
do fato, porque o delito já havia sido consumado. O bem tutelado é a
fé-pública, sendo que esta não pode ser recompensada quando lesada através de
crime de moeda falsa, pois é a credibilidade do sistema financeiro que deve ser
também preservada, a confiança que a sociedade deve nele depositar. Sendo
assim, o arrependimento posterior também não cabe como instrumento de redução
de pena. Cabe o arrependimento posterior como agente reparador em crimes patrimoniais,
pois o bem jurídico protegido, o patrimônio, é passível de ser restituído sem
maiores danos à vítima. Portanto, responde o agente pelo crime que ele
praticou, o de moeda falsa. O seu arrependimento por ser considerado quando na
dosimetria, como circunstância atenuante.
4- TRT 16-R MA 2015 JUIZ DO TRABALHO
Considerando as afirmativas abaixo, assinale a alternativa CORRETA:
I. É aplicável o Princípio da Bagatela no Crime de Moeda Falsa (Art. 289
do CP).
II. No caso de Funcionário Público que faz uso pessoal de veículo
pertencente à Administração Pública não cabe Peculato (Art. 312 do CP) com
relação ao veículo. Entretanto, é admissível o crime em comento no que diz
respeito ao combustível utilizado.
III. Inutilizar, dolosamente, documento de valor probatório, que recebeu
na qualidade de advogado, é fato atípico.
a) As afirmativas I e II estão corretas.
b) As afirmativas II e III estão incorretas.
c) Todas as afirmativas estão corretas.
d) Apenas a afirmativa II está correta.
e) Todas as afirmativas estão erradas.
Comentário
I- Inaplicável o princípio da insignificância no crime de moeda
falsa.
II- correto.
III- Sonegação de papel ou objeto de valor probatório
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir
autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de
advogado ou procurador:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.
5- CESPE 2015 TJ-PB JUIZ
Gustavo, funcionário público estadual, com o objetivo de obter vantagem
patrimonial ilícita para si, utilizou papel-moeda grosseiramente falsificado
para efetuar pagamento de compras de alto valor em um supermercado.
Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correspondente à
figura típica do delito praticado por Gustavo.
a) estelionato
b) moeda falsa
c) crime assimilado ao de moeda falsa
d) fraude no comércio
e) concussão
Comentário
Súmula 73 STJ: A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado
configura, em tese, o crime de estelionato, de competência da Justiça Estadual.
Moeda falsa
Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou
papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro.
Para configurar o crime de moeda falsa, a falsificação deve ser capaz de
enganar o homem médio. Contudo, se a falsificação for grosseira, perceptível a
olho nu, não resta caracterizado o crime de moeda falsa, mas se o agente tenta
usá-la para obter vantagem ilícita a partir de prejuízo alheio, configurado
estará o estelionato, incidindo a súmula 73 do STJ.
6- VUNESP 2015 CÂM. MUN. DE ITATIBA-SP ADVOGADO
Sobre os crimes contra a Fé Pública, é correto afirmar:
a) para a configuração do crime de falsidade ideológica, basta
que o agente omita, em documento público ou particular, declaração que dele
deveria constar, ou, em documento público ou particular, insira ou faça inserir
declaração falsa ou diversa da que deveria ser escrita, sem finalidade
específica.
b) aquele que recebe moeda falsa, de boa-fé, como verdadeira, e a
restitui à circulação depois de conhecer a falsidade será isento de pena.
c) um dentista que, no exercício da profissão, fornece atestado
falso responde pelo crime de falsidade de atestado médico.
d) para os efeitos penais, o cheque pode ser objeto do crime de
falsificação de documento público.
e) o crime de falso reconhecimento de firma ou letra não se
consuma em casos de documentos particulares.
Comentário
a) falso. O delito de falsidade ideológica exige elemento subjetivo
do tipo, que é o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a
verdade sobre fato juridicamente relevante.
b) falso. É delito na forma privilegiada, punido com detenção,
de seis meses a dois anos, e multa.
c) falso. Crime de falsidade de atestado médico é próprio, apenas o
médico pode praticá-lo. O atestado falso dado pelo dentista constitui, em tese, o crime de falsidade ideológica.
d) correto.
Falsificação de documento público
Art. 297, § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento
público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular.
e) falso.
Falso reconhecimento de firma ou letra
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública,
firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público;
e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
7- PGR 2015 PROCURADOR DA REPÚBLICA
TRATANDO-SE DE MOEDA FALSA, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
a) A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado
configura, em tese, o crime de estelionato;
b) Fabricar petrechos para falsificação de moeda é crime mais
grave do que fabricar papel- moeda falso;
c) A emissão de título ao portador sem permissão legal constitui
infração de menor potencial ofensivo;
d) Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal já consolidaram o
entendimento de que é inaplicável o princípio da insignificância aos crimes de
moeda falsa, em que objeto de tutela da norma a fé pública e a credibilidade do
sistema financeiro, não sendo determinante para a tipicidade o valor posto em
circulação.
Comentário
b) Moeda Falsa: Pena - reclusão, de três a doze anos, e
multa.
Petrechos para falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis
anos, e multa.
8- VUNESP 2014 CÂM. MUN. DE SERTÃOZINHO-SP PROCURADOR
A falsificação de cartão de crédito é
a) fato atípico.
b) equiparada à falsificação de moeda
c) equiparada à falsificação de selo público.
d) equiparada à falsificação de documento público
e) equiparada à falsificação de documento particular.
Comentário
Falsificação de documento particular
Art. 298, Parágrafo único. Para fins do disposto no caput,
equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito.
9- FCC 2014 TRT-4R ANALISTA JUDICIÁRIO
A respeito do crime de moeda falsa, tal como tipificado no Código Penal
(art. 289):
a) há duas hipóteses de condutas culposas, uma delas de menor
potencial ofensivo.
b) há uma hipótese de conduta culposa de menor potencial
ofensivo.
c) há uma hipótese de conduta dolosa de menor potencial ofensivo.
d) há uma hipótese de conduta culposa, mas nenhuma de menor
potencial ofensivo.
e) todas as hipóteses são de condutas dolosas, mas nenhuma de
menor potencial ofensivo.
Comentário
Todos os crimes contra a fé pública são dolosos. A hipótese
de conduta dolosa de menor potencial ofensivo diz respeito ao § 2º, pois a sua cominação penal não ultrapassa dois anos.
Infrações de menor potencial ofensivo: são as contravenções penais e os crimes que a lei comine pena máxima não superior a dois anos.
Infrações de menor potencial ofensivo: são as contravenções penais e os crimes que a lei comine pena máxima não superior a dois anos.
(crime de moeda falsa privilegiado)
Art. 289, § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira,
moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a
falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
10- CETRO 2014 PREF. DE SÃO PAULO-SP AUDITOR FISCAL MUNICIPAL
Um sujeito é pego após pagar uma compra de supermercado com duas notas
falsas de R$50,00 (cinquenta reais) e foi enquadrado em crime de moeda falsa.
Sobre tal fato, analise as assertivas abaixo.
I. Tratando-se de pequena monta, o objetivo do sujeito está unicamente
relacionado à ocorrência de prejuízo econômico, passível de quantificação,
podendo, assim, ser aplicado o Princípio da Insignificância ao caso.
II. Se o sujeito conseguir provar que recebeu o dinheiro falso de
boa-fé, como se verdadeiro fosse e que, depois, para evitar prejuízo
financeiro, resolveu repassá-lo com a compra no supermercado, também está
cometendo crime de moeda falsa, mas em modalidade privilegiada.
III. Se a olho nu se verifica que as notas falsas utilizadas pelo
sujeito eram grosseiramente falsificadas, o crime pode ser desclassificado para
Estelionato.
IV. Se na residência do sujeito for encontrado equipamento próprio para
falsificação de moeda, tal fato será entendido apenas como ato atentatório do
crime de moeda falsa.
É correto o que se afirma em
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) III e IV, apenas.
I- errado. Não se aplica o princípio da insignificância.
IV- errado. O crime de 'petrechos para falsificação de moeda' é
subsidiário, pois constitui fase preparatória para a prática de crime de moeda
falsa, sendo por este absorvido.
11- TJ-PR 2013 ASSESSOR JURÍDICO
Sobre o estelionato e o delito de moeda falsa, assinale a alternativa
INCORRETA.
a) No estelionato previdenciário, manifestado pelo recebimento
sucessivo das parcelas do benefício, tem-se a figura de um crime permanente
cujo lapso prescricional começa a contar da data em que cessa a permanência,
para aquele que recebe os valores mensalmente.
b) No crime de moeda falsa, é irrelevante o elemento subjetivo em
razão do risco social criado.
c) No crime de moeda falsa, é necessária a imitatio
veritatis e não a perfeição da imitatio veri, exigindo-se
para a configuração do delito a aptidão para enganar número indeterminado de
pessoas.
d) O estelionato praticado contra a Caixa Econômica Federal,
empresa pública federal, é da competência da Justiça Federal, sendo cabível a
figura majorada pelo dano à entidade de direito público ou de instituto de
economia popular, assistência social ou beneficência.
Comentário
Se fosse irrelevante o elemento subjetivo restaria configurado o delito
também na modalidade culposa, sendo que todos os crimes contra a fé pública
apenas admitem a forma dolosa.
12- VUNESP 2013 MPE-ES PROMOTOR DE JUSTIÇA
Assinale a alternativa correta.
a) O médico que pratica manobra abortiva, desconhecendo que o
feto já está morto, responderá por tentativa de aborto criminoso.
b) O crime de violação de direito autoral não admite ação penal
pública incondicionada.
c) Incorrerá nas mesmas penas do crime de moeda falsa quem
desviar e fizer circular moeda cuja circulação não estava ainda autorizada.
d) Para a tipificação do crime de quadrilha ou bando, há
necessidade de associação, estável ou momentânea, de pelo menos quatro pessoas
com o fim de cometer crime ou contravenção.
e) Os crimes de incêndio e explosão não admitem modalidade
culposa
Comentário
a) falso. Crime impossível, por absoluta impropriedade do
objeto.
b) falso. Admite ação penal pública incondicionada. Ver
art. 186, II.
c) correto. Art. 289, § 4º - Nas mesmas penas incorre quem
desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.
d) falso. Com o fim de cometer crimes, e não contravenções.
Associação Criminosa (quadrilha ou bando)
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim
específico de cometer crimes.
Organização Criminosa
Art. 1º, § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
Organização Criminosa
Art. 1º, § 1º Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que sejam de caráter transnacional.
e) falso.
Incêndio
Art. 250, § 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis
meses a dois anos.
13- CESPE 2013 TJ-PB JUIZ
Assinale a opção correta a respeito dos crimes contra a fé pública.
a) O uso de documento falso ou a atribuição de falsa identidade
visando à ocultação de antecedentes, ainda que para fins de autodefesa,
configuram crime.
b) Para a configuração do delito de falsa identidade, não se
exige que o agente se utilize de documento verdadeiro e de titularidade de
outrem, como se fosse seu, para ocultar a sua verdadeira identidade.
c) O crime de uso de documento falso, cujo resultado
naturalístico deve consistir na efetiva lesão ao bem jurídico e à fé pública, é
material.
d) É necessária a realização de prova pericial para a comprovação
da materialidade do crime de uso de documento falso.
e) Admite-se a aplicação do princípio da insignificância ao crime
de moeda falsa, desde que as notas falsificadas sejam de pequeno valor, dada a
mínima ofensividade da conduta do agente.
Comentário
a) correto. Súmula 522 STJ: A conduta de atribuir-se falsa
identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de
alegada autodefesa.
b) falso.
Falsa identidade
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para
obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não
constitui elemento de crime mais grave.
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta
de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem,
para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro:
Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não
constitui elemento de crime mais grave.
O delito do art. 308 não possui terminologia própria. Portanto,
entende-se que o Código o reconhece como crime de falsa identidade.
No art. 307, não se exige que o agente se utilize de documento
verdadeiro e de titularidade de outrem, como se fosse seu, para ocultar a sua
verdadeira identidade, pois ele pode cometer o delito de forma também oral, ao
dizer e permanecer na mentira se atribuindo outra pessoa que não ele.
O delito do art. 308 exige que seja
utilizado passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou
qualquer documento de identidade alheia legítimo, caso contrário estaria
configurado delito de outra espécie, como, por exemplo, uso de documento
falso.
c) falso. Crime formal.
d) falso. Se não demandar conhecimentos técnicos especializados
dispensa-se o exame pericial.
e) não admite o princípio da insignificância.
14- MPE-SP 2012 PROMOTOR DE JUSTIÇA
É INCORRETO afirmar:
a) O crime de uso de documento falso (art. 304, CP) trata-se de
delito unissubsistente, que não admite a forma tentada (art. 14, II, CP).
b) O crime de falsidade ideológica (art. 299, do CP) comporta as
modalidades comissiva e omissiva.
c) No crime de falsificação de documento público (art. 297, CP),
a forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso.
d) A substituição de fotografia em documento de identidade
verdadeiro (cédula de identidade) pertencente a outrem, com intenção de
falsificá-lo, configura o crime de falsificação de documento público (art. 297,
CP).
e) Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa
ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, pratica o
crime de moeda falsa na forma privilegiada (art. 289, § 2o , CP).
Comentário
Quando o documento é legítimo, mas o conteúdo é falso: falsidade ideológica
Quando a forma material é falsa do documento público: falsificação de
documento público
15- FCC 2012 TRF - 5ª REGIÃO ANALISTA JUDICIÁRIO
Em relação aos crimes contra a fé pública previstos no Código Penal
brasileiro é correto afirmar:
a) Excepcionalmente admitem a modalidade culposa quando se tratar
de falsificação de documento particular.
b) Exigem como elemento a imitação ou alteração da verdade; a
possibilidade de dano e o dolo.
c) A alteração inapta a induzir número indeterminado de pessoas
leva à consideração da forma tentada em qualquer caso.
d) No crime de moeda falsa, mesmo ausente a capacidade ilusória
da contrafação, tem-se caracterizada sua consumação.
e) Tratando-se de crimes formais não admitem forma tentada.
Comentário
a) os crimes contra a fé pública não admitem a forma culposa.
b) correto.
c) fato atípico ou, a depender do caso, estelionato.
d) se não for apto a iludir o homem médio, crime não há.
e) admitem a forma tentada.
16- CESPE 2012 TRE-RJ ANALISTA JUDICIÁRIO
A conduta consistente na emissão de título ao portador sem permissão
legal constitui crime contra a fé pública.
Certo Errado
Comentário
Emissão de título ao portador sem permissão legal
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou
título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que
falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos
documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a
três meses, ou multa.
17- CESPE 2012 PF AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL
Luiz, proprietário da mercearia Pague Menos, foi preso em flagrante por
policiais militares logo após passar troco para cliente com cédulas falsas de
moeda nacional de R$ 20,00 e R$ 10,00. Os policiais ainda apreenderam, no caixa
da mercearia, 22 cédulas de R$ 20,00 e seis cédulas de R$ 10,00 falsas. Nessa
situação, as ações praticadas por Luiz — guardar e introduzir em circulação
moeda falsa — configuram crime único.
Certo Errado
Comentário
Moeda Falsa
Art. 289, § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria
ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda
ou introduz na circulação moeda falsa.
Delito de tipo misto alternativo. O agente pode praticar todos os verbos
listados no § 1º que ainda assim seu crime é único.
Tipo misto alternativo: há diversos verbos nucleares no tipo penal, sendo que a prática de todos configura crime único. Exemplo: art. 289, § 1º.
Tipo misto cumulativo: há diversos verbos nucleares no tipo penal, sendo que se o agente pratica mais de um, responde por delitos autônomos, e não por crime único. Exemplo é o art. 242 (Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil).
18- CESPE 2012 TC-DF AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO
Tipo misto alternativo: há diversos verbos nucleares no tipo penal, sendo que a prática de todos configura crime único. Exemplo: art. 289, § 1º.
Tipo misto cumulativo: há diversos verbos nucleares no tipo penal, sendo que se o agente pratica mais de um, responde por delitos autônomos, e não por crime único. Exemplo é o art. 242 (Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil).
18- CESPE 2012 TC-DF AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO
A falsificação de moeda e a falsificação de documento particular, bem
como a falsidade ideológica e a falsidade de atestado médico, são crimes contra
a fé pública. Os dois primeiros dizem respeito à forma do objeto falsificado,
que é criado ou alterado materialmente pelo agente; os dois últimos referem-se
à falsidade do conteúdo da declaração contida no documento, que, entretanto, é
materialmente verdadeiro.
Certo Errado
Comentário
Certo. Na falsidade material, altera-se a forma do documento. No documento ideologicamente falso, a forma material é legítima, mas o seu conteúdo é falso.
Comentário
Certo. Na falsidade material, altera-se a forma do documento. No documento ideologicamente falso, a forma material é legítima, mas o seu conteúdo é falso.
19- PGR 2012 PROCURADOR DA REPÚBLICA
LEIA AS PROPOSlÇÕES ABAIXO:
I) o crime de moeda falsa, previsto no art. 289, caput, do CP,
consuma-se no lugar e no momento em que se conclui a falsificação, em qualquer
de suas modalidades, independentemente de ser colocada de modo efetivo em
circulação;
II) a falsificação de várias moedas, na mesma ocasião,configura crime
continuado;
III) se o autor da falsificação da moeda no estrangeiro a trouxer para o
Brasil responderá pelos crimes de falsificação e de circulação de moeda falsa,
em concurso;
IV) guardar moeda falsa, sem ser o proprietário, ciente da falsidade,
constitui crime independentemente de sua intenção de colocá-la em circulação.
DENTRE AS PROPOSIÇÕES ACIMA:
a) apenas são corretas as dos itens I e IV;
b) apenas são corretas as dos itens I e III;
c) apenas são corretas as dos itens II e III;
d) todas são incorretas.
Comentário
II- crime único
III- crime único
20- FGV 2010 PC-AP DELEGADO DE POLÍCIA
Relativamente ao tema dos crimes contra a fé pública, analise as
afirmativas a seguir.
I. O crime de atestado médico falso só é punido com detenção se há
intuito de lucro.
II. A simples posse de qualquer objeto especialmente destinado à
falsificação de moeda constitui crime punido com pena de reclusão.
III. A reprodução ou alteração de selo ou peça filatélica que tenha
valor para coleção constitui modalidade criminosa, independentemente dessa
reprodução ou a alteração estar visivelmente anotada no verso do selo ou
peça.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentário
I- falso. Art. 302, Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim
de lucro, aplica-se também multa.
II- correto.
III- falso. Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que
tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está
visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça.
21- CESPE 2010 TRE-MT ANALISTA JUDICIÁRIO
O crime de uso de documento falso não possui preceito secundário
específico, sendo aplicável a tal crime a pena cominada à falsificação ou à
alteração do documento.
Certo Errado
Comentário
Preceito primário: Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: norma
penal em branco.
Preceito secundário: Pena - a cominada à falsificação ou
à alteração: norma penal incompleta ou imperfeita.
Observa-se que o preceito secundário não traz uma cominação específica,
sendo assim, uma norma penal incompleta, pois para saber a sanção penal imposta
é necessário ir onde o texto legal nos remete.
22- TJ-SC 2008 TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS
Assinale a alternativa correta:
a) O Código Penal, em relação ao delito de falsificação de selo
ou sinal público, prevê uma circunstância de aumento de pena aplicável ao
agente que é funcionário público, ainda que cometa o crime sem se prevalecer do
cargo que exerça
b) O agente que altera documento verdadeiro emanado de entidade
paraestatal deve responder pelo crime de falsificação de documento particular.
c) Pratica a modalidade privilegiada do delito de falsificação de
moedas quem, sem fabricá-la ou alterá-la, introduz moeda falsa, por conta
própria ou alheia, na circulação.
d) O agente que reconhece, como verdadeira, no exercício de
função pública, firma ou letra que não o seja, comete crime contra a fé pública
e, independentemente de o documento ser público ou particular, sujeita-se a
idêntica pena.
e) Para a caracterização do delito de falsidade ideológica, é
imprescindível a demonstração de que o agente possuía a intenção de prejudicar
direito, criar obrigações ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante.
Comentário
a) art. 296, § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete
o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
b) art. 297, § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se
a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador
ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular.
c) art. 289, § 1º - Nas mesmas penas incorre quem,
por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
d) art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função
pública, firma ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público;
e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
e) correto.
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GABARITO
1d 2c 3a 4d 5a 6d 7b 8e 9c 10c 11b 12c 13a 14c 15b 16certo 17certo
18certo 19a 20b 21certo 22e
Referências
QCONCURSOS. Questões de Concurso. Disponível em:
<https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/direito-direito-penal/crimes-contra-a-fe-publica/moeda-falsa>
Acesso em: 16/12/2016.
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