Das Provas: Busca e Apreensão
1- MPE-PR 2017 PROMOTOR DE JUSTIÇA
Assinale a alternativa correta:
a) A Lei nº 9.296/96 admite a interceptação de comunicações
telefônicas quando não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em
infração penal, pois é justamente o que a medida visa apurar durante a
investigação.
b) A interceptação telefônica deve ser deferida através de
decisão fundamentada e pelo prazo de 30 (trinta) dias, renovável por igual
tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
c) Ao definir regras sobre a medida de busca e apreensão, o
Código de Processo Penal estabelece que não será permitida a apreensão de
documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do
corpo de delito.
d) As buscas domiciliares serão somente executadas de dia,
mostrando-se irrelevantes o consentimento do morador para que se realizem à
noite ou mesmo a ocorrência de prisão em flagrante, já que constitucionalmente
assegurada a inviolabilidade constitucional do domicílio.
e) Segundo a jurisprudência dominante do Superior Tribunal
de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, não é autorizado o ingresso, sem
mandado judicial, no domicílio alheio para prisão em flagrante por crime de
tráfico e para apreensão de drogas ali mantidas em depósito com destinação a
venda.
Comentário
a) Lei 9.296/96
Art. 2° Não será admitida a interceptação de
comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração
penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo,
com pena de detenção.
b) Lei 9.296/96
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando
também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze
dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do
meio de prova.
STF: 1. É da jurisprudência desta Corte o entendimento de ser possível
a prorrogação do prazo de autorização para a interceptação telefônica, mesmo
que sucessiva, especialmente quando o fato é complexo, a exigir
investigação diferenciada e contínua (HC nº 83.515/RS, Tribunal Pleno, Relator
o Ministro Nelson Jobim, DJ de 4/3/05).
c) correto. Art. 243, § 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
d) Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
e) STJ: 1. A CF , art. 5º , XI assegura a inviolabilidade do lar, à exceção de hipóteses de prisão em flagrante, desastre, e prestação de socorro ou determinação judicial. 2. O tráfico de entorpecentes é crime permanente, prescindindo, assim, da prévia expedição de mandado judicial. Não é ilegal a apreensão de entorpecentes e arma ilegalmente mantida, efetuada quando da prisão em flagrante do acusado. (HC 11108 SP 1999/0097980-0. 16/12/1999. Ministro EDSON VIDIGAL).
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c) correto. Art. 243, § 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
d) Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
e) STJ: 1. A CF , art. 5º , XI assegura a inviolabilidade do lar, à exceção de hipóteses de prisão em flagrante, desastre, e prestação de socorro ou determinação judicial. 2. O tráfico de entorpecentes é crime permanente, prescindindo, assim, da prévia expedição de mandado judicial. Não é ilegal a apreensão de entorpecentes e arma ilegalmente mantida, efetuada quando da prisão em flagrante do acusado. (HC 11108 SP 1999/0097980-0. 16/12/1999. Ministro EDSON VIDIGAL).
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2- IBADE 2017 PC-AC DELEGADO
Segundo o código de processo penal o mandado de busca domiciliar
deverá:
a) indicar ainda que de forma genérica e indeterminada a
casa na qual se realizará a diligência, precisando com tudo a região da
busca.
b) indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será
realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no
caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a
identifiquem.
c) em qualquer caso, permitir a apreensão de documento em poder
do defensor do acusado.
d) ser subscrito pelo escrivão de polícia e pela autoridade
policial.
e) mencionar ainda que de forma genérica o motivo e os fins da
diligência.
Comentário
a) Art. 243. O mandado de busca deverá: I - indicar, o
mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome
do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da
pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;
b) correto. Art. 243, I
c) Art. 243, § 2º Não será permitida a apreensão de
documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do
corpo de delito.
d) Art. 243, III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
e) Art. 243, II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
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d) Art. 243, III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.
e) Art. 243, II - mencionar o motivo e os fins da diligência;
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3- FUNCAB 2016 PC-PA DELEGADO DE POLÍCIA
Analise as afirmativas a seguir.
I. Durante a interceptação telefônica, a descoberta de autoria,
co-autoria ou participação relativamente a fato investigado que originou a
quebra do sigilo das comunicações reputa-se “conhecimento de investigação” e,
portanto, constitui prova admissível.
II. No âmbito da busca domiciliar, os conhecimentos fortuitos, assim
considerados, as informações relativas a fato criminoso inteiramente estranho
ao fato investigado, ressalvada a limitação quanto ao tipo de ação penal do
crime fortuitamente descoberto, podem ser utilizados na persecução penal.
III. Os conhecimentos fortuitos, assim considerados as informações sobre
fato criminoso que não guardam relação de conexão e continência com o fato
objeto de investigação, quando advindos no bojo da interceptação telefônica, só
serão admissíveis quando o crime descoberto fortuitamente for punido no mínimo
com detenção.
Está correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) III.
c) II.
d) I e III.
e) I e II.
Comentário
I- correto. Trata-se de serendipidade. No caso da alternativa,
constitui prova admissível, pois a autoria, coautoria ou participação tem
comunicação com o fato sob investigação.
- serendipidade de 1º grau: é o encontro fortuito de
fatos conexos ou continentes. O fato ou agente encontrados fortuitamente
possuem de algum modo comunicação com o fato criminoso sob investigação.
- serendipidade de 2º grau: o fato ou o agente
fortuitamente encontrados não possuem vínculo com o fato investigado. Contudo,
pode servir de prova para embasar uma nova investigação.
II- correto. Conhecimento fortuito de fato criminoso estranho ao fato investigado, pode servir de base para abrir uma persecução penal, contanto que essa ação seja pública incondicionada, pois se for crime que enseje ação penal privada ou condicionada a representação, necessário que a parte competente, e não os investigadores, abram a persecução.
II- correto. Conhecimento fortuito de fato criminoso estranho ao fato investigado, pode servir de base para abrir uma persecução penal, contanto que essa ação seja pública incondicionada, pois se for crime que enseje ação penal privada ou condicionada a representação, necessário que a parte competente, e não os investigadores, abram a persecução.
III- errado. A alternativa pretendeu confundir serendipidade com uma
das condições para admissão de interceptação telefônica, a condição prevista no
inciso III do art. 2º da lei 9.296/96, o qual aduz que não será admitida a
interceptação de comunicações telefônicas quando o fato investigado
constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Ora, se no
curso de uma interceptação telefônica legalmente admitida for tomado
conhecimento fortuito de fato criminoso estranho ao fato sob investigação, é
irrelevante a natureza da pena aplicada a tal crime descoberto fortuitamente
para que seja aberta uma nova persecução penal. Deve-se apenas observar que se
for crime de ação penal incondicionada com pena prevista simples (prevista
contra contravenções), de detenção ou de reclusão, qualquer pessoa pode
intentá-la. Mas, se for crime de ação penal privada ou condicionada a
representação, necessário que a pessoa competente promova a abertura da
ação.
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4- CESPE 2015 TJ-DFT ANALISTA JUDICIÁRIO
No caso de haver resistência do morador, permite-se o uso da força na
busca domiciliar iniciada de dia e continuada à noite, com a exibição de mandado
judicial, devendo a diligência ser presenciada por duas testemunhas que poderão
atestar a sua regularidade.
Certo Errado
Comentário
Certo.
Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se
o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente,
intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a
entrada.
§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força
contra coisas existentes no interior da casa, para o descobrimento do que se
procura.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2o e 3o, quando ausentes os
moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer
vizinho, se houver e estiver presente.
§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.
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5- FCC 2015 TRE-AP ANALISTA JUDICIÁRIO
Sobre a busca e apreensão, de acordo com o Código de Processo Penal, é
INCORRETO afirmar:
a) A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de
jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão,
forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à competente
autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência desta.
b) A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de
qualquer das partes.
c) Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar
pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.
d) A busca domiciliar independerá de mandado no caso de prisão.
e) Não será permitida em nenhuma hipótese a apreensão de
documento em poder do defensor do acusado.
Comentário
a) Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no
território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando, para o fim
de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência
desta.
b) Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
c) Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.
d) Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
e) incorreto. Art. 243, § 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
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b) Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
c) Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.
d) Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
e) incorreto. Art. 243, § 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
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6- CESPE 2015 STJ ANALISTA JUDICIÁRIO
Tendo em vista que a atividade de segurança é abrangente e envolve
técnicas operacionais, armamento, técnicas de tiro e de defesa pessoal, julgue
o item a seguir.
- A fim de evitar constrangimentos e garantir os direitos da mulher, a
legislação pertinente veta a realização de busca pessoal em mulher por
profissional do sexo masculino.
Certo Errado
Comentário
Errado.
Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.
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Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.
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7- FUNIVERSA 2015 PC-DF PERITO MÉDICO LEGISTA
Com relação à busca e apreensão segundo o CPP, é correto afirmar que
a) se permite a apreensão de armas e munições, instrumentos
utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso, mediante busca
domiciliar.
b) não será efetuada busca e apreensão de objetos necessários à
defesa do réu.
c) a busca pessoal deverá ser precedida da expedição de mandado
judicial quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito.
d) a busca não poderá ser determinada de ofício.
e) se permite, em regra, a apreensão de documento em poder do
defensor do acusado.
Comentário
a) correto. Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar,
quando fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por
meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou
de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos
utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de
infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não,
destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
b) ver art. 243, § 2º, e.
c) Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
d) Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.
e) Art. 243, § 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo quando constituir elemento do corpo de delito.
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8- PGR 2015 PROCURADOR DA REPÚBLICA
EM RELAÇÃO AS PROVAS NO PROCESSO PENAL:
I - É licita a realização de busca e apreensão em escritório de
advocacia quando os fatos que justificam a medida estão lastreados em indícios
de autoria e materialidade da prática de crime também de parte do advogado.
II - Deferida a busca e apreensão por Juiz Federal em relação a fatos de
competência da Justiça Federal, a apreensão fortuita de outras provas
quanto a delito de competência estadual enseja o reconhecimento da conexão
probatória, com consequente competência federal para apuração de ambos os
delitos, incidindo ao caso a Súmula 122, STJ.
III - É lícita a gravação ambiental realizada por um dos interlocutores
sem o conhecimento do outro, podendo ela ser utilizada como prova em processo
judicial.
IV - O Supremo Tribunal Federal modificou sua jurisprudência e,
atualmente, como condição de validade da prova, exige a transcrição integral
dos diálogos gravados em interceptação telefônica.
Diante do exposto acima, é devido afirmar que:
a) Apenas a assertiva IV está incorreta, sendo as demais
corretas;
b) Apenas a assertiva III está correta, sendo as demais
incorretas;
c) As assertivas II e IV estão incorretas e as assertivas I e III
estão corretas;
d) Nenhuma das respostas.
Comentário
I- correto.
Estatuto da OAB (Lei 8.906/94):
Art. 7º, § 6º Presentes indícios de autoria e materialidade da
prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente
poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput
deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão,
específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB,
sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e
dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais
instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes.
Art. 7º, II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;
II- errado. O que diz a súmula 122 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II «a», do CPP.
Art. 7º, II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia;
II- errado. O que diz a súmula 122 do STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II «a», do CPP.
A narrativa da alternativa II apresenta uma situação de serendipidade de
2º grau, que se dá quando durante a investigação de um crime se encontra provas
de cometimento de outro delito, mas este crime sem conexão alguma com o delito
sob investigação. Para atrair a competência da Justiça Federal em julgar o
crime de competência estadual descoberto fortuitamente, necessário que haja
conexão com os delitos. A simples descoberta de provas não enseja qualquer
conexão probatória.
III- correto. STJ: 2. É lícita a gravação ambiental
realizada por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, podendo ela
ser utilizada como prova em processo judicial, conforme reafirmação da
jurisprudência desta Corte feita pelo Plenário nos autos do RE nº 583.937-QO-RG,
Rel. Min. Cezar Peluso, DJe de 18/12/2009. (ARE 742192 SC.
15/10/2013. Min. LUIZ FUX).
IV- errado. STF: 1. O Supremo Tribunal Federal afasta
a necessidade de transcrição integral dos diálogos gravados durante quebra de
sigilo telefônico, rejeitando alegação de cerceamento de defesa pela não
transcrição de partes da interceptação irrelevantes para o embasamento da
denúncia. Precedentes. (Inq 3693 PA. 10/04/2014. Min. CÁRMEN LÚCIA).
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9- VUNESP 2015 PC-CE ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Com relação a buscas e apreensões, é correto afirmar que
a) a autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de
jurisdição alheia, salvo se pertencente a outro Estado quando, para o fim de
apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo apresentar-se à
competente autoridade local, antes da diligência ou após, conforme a urgência
desta.
b) se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar
da legitimidade das pessoas que, nas diligências de busca e apreensões,
entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem,
poderão exigir as provas dessa legitimidade, ainda que em prejuízo da
diligência.
c) a busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar
retardamento ou prejuízo da diligência.
d) só será arrombada a porta e forçada a entrada na residência a
que será realizada a busca na hipótese de encontrarem-se ausentes os moradores.
e) sendo determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, é
vedado cientificar o morador acerca dela, contudo não sendo encontrada a pessoa
ou coisa procurada, os motivos da diligência serão comunicados a quem tiver
sofrido a busca, se o requerer.
Comentário
a) Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no
território de jurisdição alheia, ainda que de outro Estado, quando,
para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou coisa, devendo
apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após,
conforme a urgência desta.
b) § 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.
c) correto. Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.
d) são duas hipóteses que permitem o arrombamento: em caso de desobediência e quando ausente o morador.
Art. 245, § 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
e) Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
b) § 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos mandados que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que não se frustre a diligência.
c) correto. Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.
d) são duas hipóteses que permitem o arrombamento: em caso de desobediência e quando ausente o morador.
Art. 245, § 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.
§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º, quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
e) Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o
morador será intimado a mostrá-la.
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10- VUNESP 2015 PC-CE INSPETOR DE POLÍCIA
Nos termos do Código de Processo Penal, artigo 244, a busca pessoal
a) não dependerá de mandado da autoridade judicial competente, em
caso de prisão em flagrante.
b) sempre dependerá de mandado da autoridade judicial competente.
c) dependerá de mandado da autoridade policial competente, em
caso de medida determinada no curso de busca domiciliar.
d) dependerá de mandado da autoridade judicial competente, em
caso de fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida.
e) dependerá de mandado da autoridade policial competente, em
caso de fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de objetos ou papéis
que constituam corpo de delito
Comentário
Letra 'a' correta.
Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de
prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de
arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
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11- FCC 2014 TJ-AP ANALISTA JUDICIÁRIO
Em relação ao mandado de busca e apreensão domiciliar, considere as
afirmações:
I. Deverá indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada
a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador.
II. Deverá ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade
judiciária que o fizer expedir.
III. Será executado de dia, salvo se o morador consentir que se realize
à noite e, antes de penetrar na casa, o executor mostrará e lerá o mandado ao
morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a
porta.
IV. Obrigatoriamente será executado na presença de qualquer vizinho ou
pessoa que se encontrar nas proximidades da casa.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) II, III e IV apenas.
d) I e III , apenas.
e) I, II, III e IV.
Comentário
IV- errado. Não há obrigatoriedade de ser executado o mandado de busca e
apreensão na presença de vizinho, apenas quando não estiverem presentes os
moradores.
Art. 245, § 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º,
quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à
diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
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12- ACAFE 2014 PC-SC DELEGADO
Considerando o Código de Processo Penal e as finalidades da busca e
apreensão domiciliar realizada pelo Delegado de Polícia, analise as afirmações
a seguir e assinale a alternativa correta.
I. Prender criminosos ou apreender coisas achadas ou obtidas por meios
criminosos.
II. Apreender quaisquer cartas, desde que já abertas, destinadas ao
acusado ou em seu poder.
III. Apreender pessoas vítimas de crimes ou quaisquer outras que estejam
no domicílio.
IV. Colher qualquer elemento de convicção.
a) Todas as afirmações estão corretas.
b) Apenas II e IV estão corretas.
c) Apenas I, II e III estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Apenas a afirmação I está correta.
Comentário
I- correto.
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. § 1º
Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a
autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por
meios criminosos;
II- errado. Art. 240, § 1º, f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
III- errado. Art. 240, § 1º, g) apreender pessoas vítimas de crimes;
IV- correto. Art. 240, § 1º, h) colher qualquer elemento de
convicção.
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13- MPE-MA 2014 PROMOTOR DE JUSTIÇA
Quanto à busca e apreensão:
I – Admite representação pelo delegado, mas é requerida exclusivamente
pelo Ministério Público e pode ser determinada de ofício pelo juiz, sendo a
principal finalidade obter fontes materiais de provas;
II – Exceto ser medida também destinada a prender criminosos, na forma
da lei, tem incidência restrita à apreensão de instrumentos da infração, armas
e munições, coisas achadas ou obtidas por meios criminosos, além de
instrumentos de falsificação e objetos falsificados;
III – Caso haja determinação judicial explícita e fundamentada, pode ser
feita pessoalmente pelo delegado a busca domiciliar à noite, pouco importando o
dissenso do morador;
IV – A busca pessoal dependerá de mandado judicial, ainda que houver
fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito;
V – É requerida precipuamente na fase investigatória, sendo que após o
recebimento da denúncia, só é cabível até o fim da instrução processual.
a) Todas as assertivas são incorretas;
b) Somente as assertivas I e V são corretas;
c) Apenas as assertivas II, III, IV são corretas;
d) Tão só as assertivas I, II e V são corretas;
e) Todas as assertivas estão corretas.
Comentário
Todas as assertivas são incorretas.
I- Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes.
II- Há diversas hipóteses elencadas no § 1º do art. 240 que ensejam o mandado de busca e apreensão, entre elas apreender pessoas vítimas de crimes e colher qualquer elemento de convicção.
III- Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
IV- Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de
prisão ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de
arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de busca domiciliar.
V- A busca e apreensão acontece nas fases investigatória, processual
e inclusive em execução de sentença.
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14- UEG 2013 PC-GO AGENTE DE POLÍCIA
Sobre a busca e apreensão domiciliar, verifica-se o seguinte:
a) será determinada pela autoridade policial ou pela autoridade
judiciária, que poderá realizá-la pessoalmente.
b) segundo a Constituição Federal, poderá ser realizada, em casos
excepcionais e por determinação judicial ou policial, durante o repouso
noturno.
c) só será realizada em domicílio que se encontrar ocupado, uma
vez que a sua inviolabilidade protege, em última análise, o direito à
intimidade.
d) proceder-se-á quando fundadas razões a autorizarem para
descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu.
Comentário
a) a busca domiciliar, por força do art. 5º, XI da CF, só
pode ser realizada mediante determinação judicial, exceto em caso
de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro. Em que pese o
art. 241 do CPP dispor que 'quando a própria autoridade policial ou
judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida
da expedição de mandado', tal artigo não foi recepcionado pela Constituição de
1988, em seu art. 5º, XI, no sentido de que a busca domiciliar apenas pode ser
realizada mediante determinação judicial.
Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial
b) a busca e apreensão não pode ser realizada durante a noite, mesmo diante de autorização judicial, salvo em caso de fragrante delito, desastre ou para prestar socorro.
Art. 5º, XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial
b) a busca e apreensão não pode ser realizada durante a noite, mesmo diante de autorização judicial, salvo em caso de fragrante delito, desastre ou para prestar socorro.
c) Art. 245, § 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3º,
quando ausentes os moradores, devendo, neste caso, ser intimado a assistir à
diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.
Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não
moleste os moradores mais do que o indispensável para o êxito da diligência.
d) correto. Art. 240, § 1º Proceder-se-á à busca
domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: e) descobrir
objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
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15- MPE-PB 2011 PROMOTOR DE JUSTIÇA
A autoridade judiciária, de ofício, não poderá:
a) Reconhecer, na sentença, agravante de reincidência, não
alegada pela acusação.
b) Determinar interceptação das comunicações telefônicas, de
qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução
processual penal.
c) Ordenar busca e apreensão de documentos em poder do denunciado.
d) Decretar prisão temporária de suspeito de cometimento de
crimes considerados hediondos.
Comentário
a) o juiz pode reconhecer agravantes quando proferir sentença, ainda
que nenhuma tenha sido alegada pela acusação, nos termos do art. 385.
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir
sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela
absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
b) Por força do art. 3º da lei 9.296/96, a interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal, ou do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
b) Por força do art. 3º da lei 9.296/96, a interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal, ou do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
c) o juiz pode determinar a busca e apreensão a fim de colher qualquer elemento de convicção, sendo que a sua convicção pode decorrer também de documentos colhidos e apreendidos a partir da busca e apreensão. Convém mencionar também que as cartas também são consideradas documentos, e o mandado de busca e apreensão permite apreendê-las.
d) correto. Juiz não tem competência para, de ofício,
decretar prisão temporária, pois, de acordo com a lei 7.960/89, em seu art. 2º,
é necessário para a sua decretação a representação da autoridade policial ou o
requerimento do MP.
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação
da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo
de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.
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GABARITO
1c 2b 3e 4certo 5e 6errado 7a 8c 9c 10a 11a 12d 13a 14d 15d
Referências
QCONCURSOS. Questões de Concurso. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/direito-direito-processual-penal/das-provas/busca-e-apreensao>
Acesso em: 23/06/2017.
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