Das Provas: Interrogatório do Acusado
1- FUNDAÇÃO LA SALLE 2017 SEGEP-RS AGENTE PENITENCIÁRIO
O interrogatório de réu preso por sistema de videoconferência é
autorizado, no processo penal. Abaixo há uma alternativa que NÃO está em
consonância com a previsão da lei processual, no que tange às finalidades que
justificam a realização do interrogatório supramencionado. Assinale-a.
a) Responder à gravíssima questão de ordem pública.
b) Viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja
relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou
outra circunstância pessoal.
c) Prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o
preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir
durante o deslocamento.
d) Beneficiar ao preso provisório que está recolhido no estabelecimento
prisional, em regime disciplinar diferenciado.
e) Impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que
não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência.
Comentário
d) incorreta.
Sem previsão legal.
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2- CESPE 2017 TJ-PA JUIZ
Considerando os princípios que norteiam o interrogatório do
acusado e os requisitos para a realização desse ato, assinale a opção correta.
a) É válido o interrogatório do acusado que dispensa a presença do
advogado e permanece em silêncio, pois, se o silêncio não puder ser
interpretado contra a defesa, não haverá prejuízo, considerando-se o princípio pas de nullité sans grief.
b) Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar,
o juiz nomeará curador e este, após a leitura do interrogatório, assinará o
termo.
c) Por não contar com as garantias constitucionais da ampla defesa e do
contraditório, a confissão extrajudicial, ainda que indireta, não é admitida
como meio de prova.
d) O exercício do direito ao silêncio não gera presunção de culpabilidade
para o acusado, tampouco pode ser interpretado em prejuízo da defesa.
Comentário
a) Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade
judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor,
constituído ou nomeado.
Súmula 523 STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
b) Art. 192, Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
c) a confissão extrajudicial pode ser admitida como meio de prova se confrontada com as demais provas do processo e se o seu seu valor for cotejado pelos critérios adotados para os outros elementos de prova.
Súmula 523 STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
b) Art. 192, Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
c) a confissão extrajudicial pode ser admitida como meio de prova se confrontada com as demais provas do processo e se o seu seu valor for cotejado pelos critérios adotados para os outros elementos de prova.
Art.
197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os
outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la
com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe
compatibilidade ou concordância.
d) correto. Art. 186, Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
d) correto. Art. 186, Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
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3- TRF - 2ª REGIÃO 2017 JUIZ FEDERAL
Analise as afirmativas abaixo e, a seguir, assinale a opção
correta.
I — Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz deverá citar o réu paia
a apresentação de resposta escrita em dez dias. Após tal manifestação da
defesa, o juiz proferirá decisão de recebimento ou de rejeição da denúncia ou
queixa apresentada.
II - O réu preso só deve ser interrogado por videoconferência
quando presentes razões excepcionais previstas no Código de Processo Penal,
devendo ser garantido, durante o ato, o acesso a canais telefônicos reservados
para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente
na sala de audiência do fórum, e entre este e o preso.
III - Se o réu, citado pessoalmente, não apresentar a resposta no
prazo legal, o juiz decretará sua revelia e proferirá decisão de saneamento do
processo. A petição de resposta escrita não é termo essencial do processo e sua
falta não enseja nulidade.
a) Apenas a assertiva I está correta
b) Apenas a assertiva II está correta.
c) Apenas a assertiva III está correta.
d) Apenas as assertivas II e III estão corretas.
e) Todas as assertivas são falsas.
Comentário
I- errado. Art.
396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou
queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a
citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez)
dias.
II- correto. Art. 185, § 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso.
III- errado. Com a reforma advinda através da lei 11.690/2008, a defesa prévia/preliminar se tornou obrigatória, ou seja, termo essencial do processo, sendo evidente tal aspecto a partir da leitura do art. 396-A, § 2º, o qual aduz que 'não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias'. Desta forma, mesmo que não seja apresentada a resposta pelo acusado citado, ela será apresentada pelo defensor nomeado pelo juiz.
Uma
observação é que quando o parágrafo supramencionado aponta 'citado', quer dizer
que foi citado pessoalmente,
porque se for citado por edital incide o art. 366.
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
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Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.
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4- CESPE 2016 PC-GO ESCRIVÃO DE POLÍCIA
Quanto à prova e aos seus meios de produção no processo penal,
assinale a opção correta.
a) A acareação no processo penal é admitida entre acusados ou entre estes
e testemunhas, sendo legalmente vedado tal procedimento entre acusado ou
testemunha e a pessoa ofendida.
b) O interrogatório, a ser realizado em momento anterior à inquirição das
testemunhas e da produção de outras provas, constitui ato restrito à autoridade
judiciária e ao acusado, não podendo o defensor do acusado intervir ou influir,
de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas.
c) Estão dispensados de depor na condição de testemunha o ascendente ou
descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que separado ou divorciado,
o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado.
d) A lei não prevê qualquer medida coercitiva contra o ofendido que,
intimado para depor, deixar de comparecer em juízo, com ou sem justificado
motivo, porquanto sua inquirição no processo não é obrigatória.
e) Para os fins de prova documental a ser formalizada na ação penal,
consideram-se documentos apenas os escritos, instrumentos ou papéis públicos
cuja originalidade possa ser oficialmente comprovada.
Comentário
a) Art. 229. A acareação será admitida entre acusados,
entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a
pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes.
b) primeiro erro: o interrogatório do acusado é o último ato da audiência de instrução e julgamento (art. 400). Segundo erro: o juiz, após proceder ao interrogatório, indaga às partes se restou algum fato para ser esclarecido, podendo, assim, elas intervirem de alguma forma nas perguntas e respostas.
b) primeiro erro: o interrogatório do acusado é o último ato da audiência de instrução e julgamento (art. 400). Segundo erro: o juiz, após proceder ao interrogatório, indaga às partes se restou algum fato para ser esclarecido, podendo, assim, elas intervirem de alguma forma nas perguntas e respostas.
Art.
400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido,
à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta
ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
coisas, interrogando-se, em
seguida, o acusado.
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.
Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.
c) correto. Art.
206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão,
entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha
reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho
adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou
integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
d) Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será
qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou
presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as
suas declarações.
§
1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.
e) Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos,
instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
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5- IADES 2016 PC-DF PERITO CRIMINAL
A prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou
determinados pelo juiz, visando à formação do convencimento quanto a atos,
fatos e circunstâncias. Com relação às provas no processo penal, considerando
as regras procedimentais previstas no Código de Processo Penal, assinale a
alternativa correta.
a) Via de regra, o juiz, por determinação fundamentada, de ofício ou a
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons
e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária.
b) A busca domiciliar, quando a própria autoridade policial ou judiciária não a
realizar pessoalmente, prescinde de expedição de mandado.
c) As declarações do ofendido serão reduzidas a termo se, independentemente de
intimação para esse fim, deixar de comparecer em juízo sem motivo justo, pois
será determinada sua condução coercitiva.
d) Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou
de objeto, farão a prova em conjunto, sendo possível a comunicação entre elas.
e) A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre
testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, a respeito de
fatos ou circunstâncias relevantes.
Comentário
a) Art.
185, § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de
ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu
preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária
para atender a uma das seguintes finalidades:
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
III
- impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que
não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos
do art. 217 deste Código;
IV
- responder à gravíssima questão de ordem pública
b) Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou
judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida
da expedição de mandado.
c) o erro da
alternativa está em afirmar que independentemente de intimação para prestar
declarações, elas serão tomadas por termo. O ofendido necessita ser intimado
para prestar declarações que precisam ser tomadas, após intimado e não
comparecer, pode ele ser conduzido coercitivamente.
Art.
201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre
as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas
que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações.
§
1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o
ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.
d) Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a
efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em
separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.
e) correto.
Art. 229.
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6- CESPE 2016 PC-PE DELEGADO
Assinale a opção correta acerca do processo penal e formas de
procedimento, aplicação da lei processual no tempo, disposições constitucionais
aplicáveis ao direito processual penal e ação civil ex delicto, conforme a
legislação em vigor e o posicionamento doutrinário e jurisprudencial
prevalentes.
a) No momento da prolação da sentença condenatória, não cabe ao juízo
penal fixar valores para fins de reparação dos danos causados pela infração,
porquanto tal atribuição é matéria de exclusiva apreciação do juízo cível.
b) Sendo o interrogatório um dos principais meios de defesa, que expressa
o princípio do contraditório e da ampla defesa, é imperioso, de regra, que o
réu seja interrogado ao início da audiência de instrução e julgamento.
c) É cabível a absolvição sumária do réu em processo comum caso o juiz
reconheça, após a audiência preliminar, a existência de doença mental do
acusado que, comprovada por prova pericial, o torne inimputável.
d) Lei processual nova de conteúdo material, também denominada híbrida ou
mista, deverá ser aplicada de acordo com os princípios de temporalidade da lei
penal, e não com o princípio do efeito imediato, consagrado no direito
processual penal pátrio.
e) Nos crimes comuns e nos casos de prisão em flagrante, deverá a autoridade
policial garantir a assistência de advogado quando do interrogatório do
indiciado, devendo nomear defensor dativo caso o indiciado não indique
profissional de sua confiança.
Comentário
a) TJ-MG: EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES - FURTO -
REPARAÇÃO DE DANOS. INDENIZAÇÃO ÀS VÍTIMAS. MANUTENÇÃO - EMBARGOS
NÃO ACOLHIDOS - VOTO VENCIDO. - Deve ser fixado o valor mínimo
para indenização reparatória pelos danos causados à vítima, embora de
natureza cível, deve agora, obrigatoriamente, estar inserida na sentença
penal condenatória, por força do referido art. 387, IV, do CPP.
(EI- 1.0035.09.158782-0/002(1). 07.04.2011).
Art.
387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor
mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os
prejuízos sofridos pelo ofendido;
b) o interrogatório do acusado é último ato processual da audiência de instrução e julgamento.
Art.
400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do
ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa,
nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos
esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e
coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.
c) Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade
mental do acusado, o juiz ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério
Público, do defensor, do curador, do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge
do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.
§
2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando
suspenso o processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências
que possam ser prejudicadas pelo adiamento.
Art.
151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração,
irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá,
com a presença do curador.
Art.
152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo
continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2º do art.
149.
Art.
397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste
Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: II
- a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;
d) correto.
Ação
penal é matéria de conteúdo de direito material (CP arts. 100 a 106) e de
direito processual (CPP, arts. 24 a 62), possuindo, portanto, natureza mista ou
híbrida. O CP, em seu art. 2º, parágrafo único, diz que 'a lei posterior, que
de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado', ou seja, a lei
penal, se benéfica, retroage para favorecer o réu.
Já
o CPP, em seu art. 2º, diz que 'a lei processual penal aplicar-se-á desde logo,
sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior',
assim, a lei processual é aplicada desde já, mesmo que seus efeitos sejam mais
danosos para o réu, regulando tanto os processos em andamento, quanto processos
que virão, ainda que se refiram a fatos anteriores à lei.
Nos
processos em andamento, os atos processuais já realizados na vigência da lei
anterior continuam válidos, mas os próximos atos serão agora realizados sob os
efeitos da lei nova, mesmo que ela seja mais gravosa para o agente.
No
caso das leis mistas ou híbridas, deve prevalecer os efeitos do direito
material, ou seja, se há uma lei nova que beneficie ela será aplicada
retroagindo os seus efeitos. Contudo, se for mais prejudicial não retroagirá, pois,
tratando-se de leis mistas, soberano é o sentido do direito material em
detrimento do processual, ou seja, os atos processuais já realizados sob a
vigência da lei anterior continuam válidos, e os vindouros serão regulados pela
nova lei.
e) autoridade
policial não nomeia defensor dativo. Na fase investigatória, a defesa do
investigado é facultativa.
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7- CESPE 2016 TJ-AM JUIZ
Acerca dos meios de prova no processo penal, assinale a opção
correta.
a) A interceptação telefônica é medida subsidiária e excepcional, só podendo
ser determinada quando não houver outro meio para se apurar os fatos tidos por
criminosos, sendo ilegal quando for determinada apenas com base em notícia
anônima, sem investigação preliminar.
b) A competência para autorizar a interceptação telefônica é exclusiva do juiz
criminal, caracterizando prova ilícita o aproveitamento da diligência como
prova emprestada a ser utilizada pelo juízo cível ou em processo
administrativo.
c) De acordo com o STJ, o prazo de quinze dias é contado a partir da data da
decisão judicial que autoriza a interceptação telefônica e pode ser prorrogado
sucessivas vezes pelo tempo necessário, especialmente quando o caso for
complexo e a prova, indispensável.
d) Em regra, o CPP estabelece que o interrogatório do réu preso será feito pelo
sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons
e imagens em tempo real. Não sendo isso possível por falta de disponibilidade
do recurso tecnológico, o preso será apresentado em juízo, mediante escolta.
e) A busca domiciliar poderá ser feita sem autorização do morador,
independentemente de dia e horário, no caso de a autoridade judiciária
comparecer pessoalmente para efetivar a medida, devendo esta declarar
previamente sua qualidade e o objeto da diligência.
Comentário
a) correto.
Lei 9.296/96
Art.
2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer
qualquer das seguintes hipóteses:
I
- não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II
- a prova puder ser feita por
outros meios disponíveis;
III
- o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de
detenção.
STJ: 1. Quando a quebra das interceptações telefônicas não se dá pela mera notícia anônima, mas, sim, em razão de diligências prévias, dentro de investigação desenvolvida, afasta-se a alegação de nulidade. Precedentes desta Corte e do Supremo Tribunal Federal. (RHC 42745 PE 2013/0384522-9. 16/10/2014. Ministro NERI CORDEIRO).
STJ: 4. Diferentemente do que sustentou a impetrante, as quebras
do sigilo telefônico não foram determinadas exclusivamente com lastro em
notícia anônima. Na hipótese, vê-se que, após tomar conhecimento da notitia criminis inqualificada, a autoridade competente
determinou a realização das necessárias diligências, a fim de se comprovar a
veracidade das informações, e só em seguida foi instaurado o inquérito policial
e deflagrada a ação penal, o que repele as alegações de constrangimento ilegal.
(HC 154588 PR 2009/0229661-0, 20/08/2013. Ministro SEBASTIÃO REIS
JÚNIOR).
b) Lei 9.296/96
b) Lei 9.296/96
Art.
3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo
juiz, de ofício ou a requerimento:
I
- da autoridade policial, na investigação criminal;
II
- do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na
instrução processual penal.
TJ-ES: 03. A prova produzida em ação penal pode ser usada como prova emprestada em processo disciplinar, eis que consoante jurisprudência pátria é válida a utilização de informações colhidas em interceptação telefônica, licitamente autorizada em Inquérito Policial, como elemento de prova em processo administrativo disciplinar. Precedentes. (APL 00269933420088080024. 27/03/2014).
TJ-RS: 2. As interceptações telefônicas foram colhidas licitamente,
podendo ser utilizadas de forma legítima, como prova emprestada em outro
procedimento, ainda mais quando observados os princípios do contraditório e da
ampla defesa, como na espécie. (AC 70058172586 RS. 13/03/2014).
c) STJ: Em relação às interceptações telefônicas, o prazo de 15 (quinze) dias, previsto na Lei n. 9.296 /96, é contado a partir da efetivação da medida constritiva, ou seja, do dia em que se iniciou a escuta telefônica e não da data da decisão judicial. (HC n. 135.771/PE,Ministro Og Fernandes, DJe 24/8/2011).
STJ: 5. Não há falar em nulidade da prova colhida mediante interceptação telefônica, por mera extrapolação do prazo de quinze dias constante do art. 5º da Lei n. 9.296/96, uma vez que a medida pode ser prorrogada por períodos sucessivos, desde que precedida de autorização judicial devidamente fundamentada. Precedentes. (AgRg no REsp 1299314 DF 2011/0306883-7. 23/10/2014. Ministro OG FERNANDES).
d) a regra não
é o interrogatório ser feito por videoconferência, mas sim pessoalmente.
Art.
185, § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada,
de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu
preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de
transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária
para atender a uma das seguintes finalidades: (...)
e) Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador
consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os
executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente,
intimando-o, em seguida, a abrir a porta.
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8- TRF - 2ª REGIÃO 2014 JUIZ FEDERAL
Analise as assertivas e assinale, ao final, a opção correta.
I - O interrogatório do acusado estrangeiro, que não fale
português, será feito por intérprete, ainda que o magistrado seja fluente na
língua estrangeira que fala o acusado;
II - O interrogatório do surdo-mudo será feito por intérprete,
sendo vedada a inquirição por escrito;
III - O interrogatório do preso será feito, como regra,
pessoalmente, admitindo-se, quando determinado por decisão fundamentada, sua
realização por videoconferência.
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Apenas a assertiva I está correta.
c) Apenas a assertiva II está correta.
d) Apenas a assertiva III está correta.
e) Apenas as assertivas I e III estão corretas.
Comentário
I- correto. Art.
193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interrogatório será
feito por meio de intérprete.
II- errado. Art. 192, III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas.
III- correto. Art. 185, § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
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II- errado. Art. 192, III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas.
III- correto. Art. 185, § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades:
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9- FUNCAB 2014 PC-MT INVESTIGADOR
Marque a alternativa correta.
a) Durante a instrução criminal, o auto de reconhecimento deve ser
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada a proceder ao
reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
b) O indiciado é obrigado a participar da reconstituição do crime.
c) O interrogatório será constituído de 3 fases: sobre a pessoa do acusado,
sobre os fatos e sobre a vítima.
d) Em sede judicial, o valor da confissão é absoluto.
e) Em sede policial, o valor da confissão é absoluto.
Comentário
a) correto. Art. 226, IV - do ato de reconhecimento
lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada
para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
b) o indiciado possui o direto de não produzir provas contra si mesmo.
b) o indiciado possui o direto de não produzir provas contra si mesmo.
c) Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes:
sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos.
d, e) confissão ou qualquer outra prova não possuem caráter absoluto, pois não há hierarquia entre elas.
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10- IBFC 2013 MPE-SP ANALISTA DE PROMOTORIA
De acordo com o artigo 185, do Código de Processo Penal, o
interrogatório do réu preso será realizado:
a) No estabelecimento prisional, em sala própria, que garanta a publicidade do
ato e a segurança de todos os envolvidos.
b) Em juízo, apenas se não for possível sua realização no estabelecimento
prisional.
c) Em juízo, apenas se não for possível sua realização por sistema de
videoconferência.
d) Sempre em juízo.
e) Preferencialmente por sistema de videoconferência.
Comentário
Letra
'a' correta.
Art. 185, § 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
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Art. 185, § 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
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11- CESPE 2013 DPE-DF DEFENSOR PÚBLICO
- Considere a seguinte situação hipotética.
Em um dos processos no qual é réu pela prática de crime de
extorsão mediante sequestro, Júlio, cumprindo pena privativa de liberdade em
regime disciplinar diferenciado, foi interrogado por meio de sistema de
videoconferência antes da edição da Lei n.º 11.900/2009, que prevê a
possibilidade de realização de interrogatório por videoconferência.
Nessa situação hipotética, considerando-se o entendimento do STF,
o interrogatório de Júlio será válido, uma vez que a nova lei, por ter caráter
processual, retroage para atingir os atos praticados anteriormente à sua
edição.
Certo
Errado
Comentário
Errado.
Lei penal e lei processual penal não retroagem a fim de prejudicar o réu.
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12- CESPE 2013 TJ-RR TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTROS
Considerando os princípios do direito processual penal, assinale a
opção correta.
a) O princípio da vedação de revisão pro
societate impede que o
inquérito policial ou a ação penal voltem a tramitar caso haja sentença
declaratória de extinção da punibilidade pela morte do autor do fato, ainda que
posteriormente seja comprovada a falsidade da certidão de óbito.
b) É ilícita a prova de crime obtida por meio de interceptação telefônica
judicialmente autorizada nos autos de inquérito policial destinado à apuração
de outro crime.
c) Pelo princípio constitucional da publicidade, que rege as decisões
proferidas pelo Poder Judiciário, os atos processuais deverão ser públicos,
sendo absolutamente vedada a restrição de sua ciência por terceiros que não
participem da relação processual.
d) Ainda que seja nomeado defensor dativo pelo juiz, o denunciado deve ser
intimado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto pelo MP contra a
decisão que tenha rejeitado a denúncia, sob pena de nulidade.
e) O interrogatório do acusado, por constituir exercício do direito de defesa,
não pode ser por ele dispensado, sob pena de nulidade.
Comentário
Letra
'd' correta.
Súmula 707 STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
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Súmula 707 STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contra-razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.
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13- FCC 2013 AL-PB PROCURADOR
Em relação ao interrogatório no processo penal, é INCORRETO
afirmar que, de acordo com o Código de Processo Penal,
a) excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, poderá realizar o
interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência, se a medida for
necessária para responder à gravíssima questão de ordem pública.
b) o juiz, em qualquer modalidade de interrogatório, garantirá ao réu o direito
de entrevista prévia e reservada com o seu defensor.
c) após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum
fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o
entender pertinente e relevante.
d) a todo tempo, o juiz poderá proceder a novo inter rogatório de ofício ou a
pedido fundamentado de qualquer das partes.
e) o interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no
estabelecimento em que estiver recolhido, desde que esteja garantida a
segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares, dispensada
a presença do defensor nomeado.
Comentário
e) incorreto.
Art. 185, § 1º O interrogatório do réu preso será realizado,
em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam
garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos
auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.
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14- CESPE 2012 TJ-BA JUIZ
Assinale a opção correta acerca dos institutos aplicáveis ao
direito processual penal.
a) Tratando-se de crimes sujeitos à ação penal pública e de ações intentadas
mediante queixa, nenhum ato ou diligência pode realizar-se sem o pagamento das
custas processuais.
b) De acordo com o que dispõe o CPP, a lei processual penal admite, em
observância ao princípio da legalidade, interpretação restritiva e aplicação
analógica.
c) Consoante o que determina o CPP, todos os prazos devem correr em cartório
d) O magistrado brasileiro, antes de executar sentença penal condenatória a ser
cumprida no Brasil, deverá observar se o STF a homologou.
e) O princípio da verdade formal, vigente no direito processual penal
brasileiro, advém do direito constitucionalmente garantido ao acusado de
permanecer calado durante o interrogatório.
Comentário
a) Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações
intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja
depositada em cartório a importância das custas.
b) Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
c) correto. Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
b) Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.
c) correto. Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
d) Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I
- processar e julgar, originariamente:
i)
a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias;
e) verdade
real.
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GABARITO
1d
2d 3b 4c 5e 6d 7a 8e 9a 10a 11errado 12d 13e 14c
Referências
QCONCURSOS. Questões
de Concurso. Disponível em: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/direito-direito-processual-penal/das-provas/interrogatorio>
Acesso em: 20/06/2017.
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