Responsabilidade Civil: Atos
Jurisdicionais e Legislativos
1- CS-UFG PREF. DE GOIÂNIA-GO AUDITOR DE TRIBUTOS
No tocante à responsabilidade extracontratual do Estado,
considerando o arcabouço doutrinário e a normatização da CRFB/1988,
a) o § 6º do artigo 37 da Carta Política de 1988, ao
apregoar que as “pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros (...)”, inclui, numa interpretação
analógica, as empresas públicas e sociedade de economia mista exploradoras de
atividade econômica.
b) o Brasil adotou a responsabilidade objetiva na
modalidade risco administrativo, donde se avalia a existência dos elementos
conduta, resultado e nexo de causalidade, não sendo admitidas
excludentes.
c) a teoria do risco integral, não aceita no Brasil,
assemelha-se à teoria do risco administrativo na medida em que ambas não
admitem excludentes de responsabilidade.
d) os atos legislativos, via de regra, não ensejam a
responsabilização objetiva para o Estado, todavia, a melhor doutrina e a
jurisprudência estão a reconhecer a sobredita responsabilidade nas hipóteses de
edição de leis inconstitucionais e de leis de efeitos concretos.
Comentário
a) se
explorarem atividade econômica não se incluem, apenas aquelas que prestam
serviço público.
b) a teoria do
risco administrativo admite causas excludentes de responsabilidade.
c) a teoria do
risco integral é aceita no Brasil em casos de atos de terrorismo em aeronaves e
embarcações, acidentes nucleares e danos ambientais. Esta teoria não admite
hipóteses de exclusão de responsabilidade. A teoria do risco
administrativo admite causas excludentes de responsabilidade: culpa exclusiva da
vítima, caso fortuito, força maior e a culpa concorrente da vítima como
atenuante.
d) correto.
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2- CESPE 2015 STJ TÉCNICO JUDICIÁRIO
Tendo em vista que, no Brasil, o Estado é responsável pelos atos
praticados por seus agentes, julgue o próximo item, a respeito da
responsabilidade civil do Estado.
A responsabilidade civil do Estado por atos jurisdicionais vem
sendo aceita, segundo a jurisprudência do STF, em caso de comprovada falta
objetiva na prestação judiciária.
Certo Errado
Comentário
Certo.
- Atos judiciários são atos
administrativos do Poder Judiciário, e sobre estes recai a responsabilidade
objetiva do Estado.
- Atos
jurisdicionais são aqueles
praticados por magistrado no exercício de sua função. O Estado não possui
responsabilidade por tais atos, exceto por:
- erro judiciário
- preso além do tempo
- juiz proceder com dolo ou fraude
- juiz recusar,
omitir ou retardar, sem justo motivo providência que deva tomar. (falta objetiva na prestação
judiciária).
CF art. 5º, LXXV - o Estado
indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além
do tempo fixado na sentença;
NCPC Art. 143. O juiz responderá, civil e
regressivamente, por perdas e danos quando:
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência
que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.
STF: Inicialmente, conforme já assentado na decisão agravada, a
jurisprudência iterativa do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que a regra geral é a ausência de
responsabilidade civil do estado por atos de jurisdição, somente subsistindo essa situação
nos casos, expressamente declarados em lei, de comprovada falta objetiva do
serviço público da Justiça. (ARE 846615-PR 13.02.2015. Min. GILMAR
MENDES).
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3- FCC 2015 DPE-SP DEFENSOR PÚBLICO
Considere as assertivas abaixo acerca do tema Responsabilidade
Civil do Estado.
I. A Constituição Federal define, em seu artigo 37, § 6° , o
instituto da responsabilidade extracontratual objetiva às pessoas jurídicas de
direito público interno e, com relação às pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos, a responsabilidade subjetiva, facultando, em
ambos os casos, ação de regresso em face do funcionário responsável pela
ocorrência.
II. Para configurar a hipótese de responsabilidade objetiva do
Estado deverão concorrer requisitos, quais sejam o fato administrativo, assim
compreendido o comportamento de agente do Poder Público, independentemente de
culpa ou dolo, ainda que fora de suas funções, mas a título de realizá-las, o
dano, patrimonial ou moral, que acarrete um prejuízo ao administrado e a
relação de causalidade entre o fato e o dano percebido.
III. Em princípio, os atos judiciais, aqueles praticados por
membros do Poder Judiciário como exercício típico da função jurisdicional, não
acarretam a responsabilização objetiva do Estado em indenizar o jurisdicionado,
salvo nas hipóteses de erro judiciário, prisão além do período definido em
sentença e em outros casos expressos em lei.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I.
b) III.
c) I e III.
d) I e II.
e) II e III.
Comentário
I- errado. Pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos carregam responsabilidade objetiva.
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4- FUNIVERSA 2015 UEG ANALISTA ADMINISTRATIVO
Acerca da responsabilidade civil do Estado, assinale a alternativa
correta.
a) Em regra, o agente público causador de dano a particular
responde independentemente de culpa.
b) A responsabilidade civil do Estado por danos nucleares
baseia-se em culpa anônima, dispensando-se a prova de que algum agente público
atuou mal, mas exigindo-se comprovação de que o serviço foi prestado de maneira
inadequada.
c) Em regra, a responsabilidade do Estado por atos
comissivos funda-se na teoria do risco integral.
d) O Estado poderá responder civilmente por ato típico do
Poder Legislativo (e.g. lei), quando, por exemplo, o ato for inconstitucional
ou irradiar efeitos concretos.
e) Não se admite a responsabilização civil do Estado por
ato cometido pelo Poder Judiciário no exercício de sua função típica.
Comentário
a) há ação
regressiva contra o agente quando se demonstrado que agiu com dolo ou culpa,
caso contrário, não responde.
b) Na Teoria do Risco Integral “a obrigação de reparar surge tão somente do dano, dispensando a comprovação da conduta do agente e do nexo causal, não admitindo excludentes de causalidade sendo esta a principal diferença entre ela e as demais teorias do risco analisadas. (TEIXEIRA, Camila Cristina Azevedo Castro. A responsabilidade civil ambiental e a aplicação da teoria do risco integral. Revista Eletrônica de Direito do Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte, v. 2, n. 21, p.206-213, fev. 2013. p. 208).
c) funda-se na teoria do risco administrativo.
c) funda-se na teoria do risco administrativo.
d) correto.
e) admite-se a
responsabilização civil do Estado por ato cometido pelo Poder Judiciário no
exercício de sua função típica (erro judiciário, prisão além do
tempo, juiz proceder com dolo ou fraude e juiz recusar, omitir ou
retardar, sem justo motivo providência que deva tomar).
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5- CESPE 2015 FUB ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO
O Estado é civilmente responsável por danos decorrentes de lei declarada
inconstitucional pelo Poder Judiciário.
Certo Errado
Comentário
Certo. A regra é a não responsabilidade do Estado por atos de
Legislativo. Mas em casos de leis declaradas inconstitucionais (se acarretou
dano a particulares) e leis de efeito concreto (quando causam prejuízo a pessoa
determinada, pois a lei, nesse caso, não tem caráter abstrato), há a responsabilidade civil.
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6- COSEAC 2014 PREF. DE NITERÓI-RJ GUARDA CIVIL
Sobre a responsabilidade civil pelos atos judiciais, julgue as
afirmativas seguintes:
I A Constituição reconhece a responsabilidade da Administração
pelo erro judiciário que leve à condenação, e pela manutenção de preso além do
prazo fixado em sentença.
II Admite-se excepcionalmente que, em havendo dolo por parte do
juiz que enseje dano, deve a Administração Pública ser responsabilizada
objetivamente.
III Em regra, a doutrina não admite a responsabilidade civil por
ato judicial, pois existe a sistemática recursal de correção das decisões.
Das afirmativas acima:
a) apenas II está correta.
b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas III está correta.
d) I, II e III estão corretas.
e) apenas I e III estão corretas.
Comentário
Todas corretas.
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7- ACAFE 2014 PC-SC DELEGADO DE POLÍCIA
Sobre a responsabilidade civil da Administração Pública, assinale
a alternativa correta.
a) A absolvição do servidor no juízo criminal afastará a
responsabilidade civil do Estado se não ficar comprovada culpa exclusiva da
vítima.
b) A responsabilidade da Administração Pública será
afastada se comprovada ausência do nexo causal entre o dano e a ação do Estado.
c) Não cabe à Administração Pública indenizar o erro
judiciário.
d) As pessoas jurídicas de direito público interno são
civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que, nessa qualidade, causem
danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano,
apenas se houver dolo por parte destes.
e) A Administração Pública deve indenizar o dano sofrido
pelo particular somente se for comprovada a existência de falha da atividade
administrativa.
Comentário
a) a
responsabilidade civil do Estado para com o cidadão é objetiva, ou seja,
independe da caracterização de dolo ou culpa do agente público causador do ato
que gerou o dano à vítima. Sendo ele culpado, cabe ação regressiva do Estado em
relação a ele.
b) correto. Para que haja responsabilidade objetiva necessário que se verifique o ato do agente público, o dano efetivo e o nexo causal entre o ato e o dano.
b) correto. Para que haja responsabilidade objetiva necessário que se verifique o ato do agente público, o dano efetivo e o nexo causal entre o ato e o dano.
c) não cabe
à Administração Pública indenizar o erro judiciário.
d) não é
apenas se houver dolo. A ação regressiva é no caso de dolo ou culpa.
e) o dever de
indenizar não provém apenas da falha do serviço público (omissão/culpa administrativa ou anônima), mas também dos atos
comissivos que mesmo que não tenham havido falhas, causaram prejuízos (risco administrativo). Também
ensejam a responsabilidade do Estado os acidentes nucleares, os danos
ambientais e os atos de terrorismo (risco integral, suscitado ou criado).
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8- IBFC 2014 TRE-AM ANALISTA JUDICIÁRIO
Fulano da Silva foi preso e condenado pela prática de crime.
Posteriormente, foi comprovada a sua inocência. A sentença criminal havia sido
proferida de modo negligente, pois o juiz não apreciou devidamente as provas
produzidas no processo. Nessa hipótese:
a) Caberá ao Estado indenizar o condenado, pois a sentença
foi decorrente de erro judiciário.
b) Somente o juiz poderá ser responsabilizado pelas perdas
e danos em virtude dos prejuízos causados.
c) O condenado terá a alternativa de propor a ação
indenizatória contra o Estado ou contra o próprio juiz responsável pelos danos,
cabendo ao autor provar que a conduta judicial foi consumada de forma dolosa.
d) Não há que se falar em responsabilidade do juiz ou do
Estado, pois os atos judiciais traduzem uma das funções estruturais do Estado,
refletindo o exercício da própria soberania.
Comentário
O juiz agiu com negligência, e o dano da sentença condenatória e
da prisão da vítima foi oriundo desse erro jurisdicional. Sendo assim, caberá
ao Estado indenizar o condenado, pois disposto no próprio CPP em seu art. 630
que 'o tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma
justa indenização pelos prejuízos sofridos'. Sobre o tema Carvalho Filho
leciona que "se o indivíduo é condenado em virtude de sentença que
contenha erro judiciário, inclusive por conduta culposa do juiz, tem ele
direito à reparação dos prejuízos a ser postulada em ação ajuizada contra o
Estado" (2010, p. 623).
CF art. 5º, LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
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CF art. 5º, LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;
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9- FGV 2013 AL-MT TÉCNICO LEGISLATIVO
No que tange à temática da
responsabilidade civil do Estado, analise as
afirmativas a seguir.
I. O Estado não pode, em
nenhuma hipótese, ser responsabilizado por
atos tipicamente legislativos, uma vez que
esses atos são praticados no exercício
da soberania estatal.
II. Os atos do poder legislativo, materialmente
administrativos e de natureza comissiva, estão
sujeitos à teoria do risco administrativo.
III. Os atos do poder legislativo
que se constituam em lei em sentido
formal, não são passiveis de gerar dever de indenizar.
Assinale:
a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
b) se apenas a afirmativa I estiver correta.
c) se apenas a afirmativa II estiver correta.
d) se apenas a afirmativa III estiver correta.
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
Comentário
I- errado. Em regra, o Estado não se responsabiliza por
atos tipicamente legislativos. Contudo, leis declaradas inconstitucionais e
leis de efeito concreto, se gerarem dano cabe a responsabilização do Estado em
indenizar as vítimas.
Em relação ao item III, a lei em sentido formal, para ser passível de gerar o dever de indenizar, deve ser de efeito concreto.
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10- FGV 2013 AL-MT TÉCNICO LEGISLATIVO
A temática da responsabilidade civil do Estado passou por diversos estágios, desde a irresponsabilidade do Estado por seus atos até a teoria do risco
integral.
Tendo em vista essa evolução analise as afirmativas a
seguir:
I. Os atos legislativos em regra não geram responsabilidade
civil para o Estado.
II. É possível a responsabilização civil do Estado por omissão legislativa.
III. Lei em sentido formal, que tenha efeito concreto, pode
gerar a responsabilidade civil estatal.
Assinale:
a) se todas as afirmativas estiverem corretas.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem
corretas.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem
corretas.
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se somente a afirmativa II estiver correta.
Comentário
Todas corretas.
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GABARITO
1d 2certo 3e 4d 5certo 6d 7b 8a 9e 10a
Referências
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito
Administrativo. 23. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2010.
QCONCURSOS. Questões de Concurso. Disponível em:
<https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/direito-direito-administrativo/responsabilidade-civil-do-estado/responsabilidade-do-estado-por-obras-publicas-atos-legislativos-e-atos-judiciais>
Acesso em: 25/03/2017.
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